Caminhar sozinho à noite após a chuva.
Ar puro e fresco, calor amenizado. É no escuro que a cabeça começa a funcionar.
O plano é só ir. E ir só.
Suspeitar de algumas gotas que podem cair e naturalmente senti-las no rosto.
Há o toque frio da água sob a pele despertando todo o corpo. A cada pontada, um arrepio diferente que ofega a caminhada. Um suspiro profundo a fim de recompor e acalmar aquele impulso que sobe até o pescoço.
Aos poucos vai surgindo o sorriso mais sincero.
O prazer visual é empolgante. A luz da rua permite que a garoa suba ao palco e dance.
O som é do chacoalhar dos galhos, do vento que sussurra e das nuvens que deságuam.
Os passos são despercebidos e organizados. A única preocupação é desocupar o que não é pra ser lembrado. Deixar que o olhar se perca em tanto grão não reparado.
Ser seguido pelo medo e dar abrigo sob a paz.
Paz que é tua e é teu cativo, teu libido em porto e cais.
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